Por cada instante de
alegria, uma eternidade de dor. Por cada noite de prazer, dias de terror. Dói.
Dói em demasia. Ser humano e ser imperfeito, não saber quando parar. Ter
conhecimento do limite da dor; sentir! Senti-la a dilacerar o que resta do
corpo, agora moribundo. Tornaste-o assim. Quem? A mente? Sim, a mente. A mente
que constantemente mente, que a todo instante ludibria o corpo. Corrompeste-o
com teus jogos de dor, ou direi de prazer. - Não. Agora não. Sim, neste
momento sofres. Por que esperas, anda! Formalizei o convite – dizes a teu
bel-prazer. - Espero-te para te maltratar, para te gozar – continuas. – Pára! –
grito.
- Sabes, és minha
marioneta predileta – confessas. E continuas - Eu peço e tu cumpres. Eu chamo e
tu vens. Tu amas-me. Detestas-me, queres-me.
Não mais pode esta mente que mente
viver neste corpo que desespera.
Terminou. Acaba aqui esta
minha dor. Começa outra vida. Outra dor.
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