segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Rescaldo presidencial



A propósito das eleições presidenciais, devo confessar que fiquei bastante satisfeito com o epílogo de ontem. Foi uma noite de glória para o recém-eleito Presidente da República.
Marcelo foi, de longe, o melhor candidato entre o magote que se apresentou a sufrágio, e foi isso que dois milhões e meio de portugueses reconheceram nas mesas de voto: ganhou em todos os distritos e será, a partir do próximo mês de março, o Presidente de todos os Portugueses!
Ouvi-lo em pleno discurso de vitória foi também um verdadeiro gáudio, um prenúncio dos bons ventos que por aí nos acercam.
No entanto, não nos devemos esquecer que mais de 50% dos inscritos nos Cadernos Eleitorais virou as costas a mais esta eleição. Tem sido recorrente e, não tenho dúvidas, em breve ‘cairemos no ridículo’… É unânime: não é um exclusivo português. Mas também não há quem mostre vontade de travar este comportamento tão nefasto à vivência democrática. Lamentavelmente, são cada vez mais os cidadãos abstencionistas.
Outra questão que muito me preocupa (e entristece) é a percentagem excessiva alcançada pelas candidaturas que considerei menos aptas ao desempenho do cargo. Algumas, com toda a certeza, representarão casos sérios de estudo para os Sociólogos da nossa praça.
Por outro lado, e a propósito destas pretensões nominais – passe a designação – considero que, nas condições em que se apresentam, dificilmente podem trazer algo de novo ou útil ao debate. Salvo honrosas exceções, como foi o fenómeno de Manuel Alegre, em 2006, apenas atrapalham, causam estorvo e dispersão. Seria o desejável - o cidadão a concorrer per si aos cargos que o regem, poder-me-ão dizer que se trataria da Democracia em pleno funcionamento, mas, do meu ponto de vista, o apoio e/ou a representação partidária ainda continuam a ser fundamentais, mesmo numa eleição presidencial. Por outro lado, e felizmente, o nosso sistema partidário é hoje reconhecidamente vasto e plural, pelo que pouco se justifica a existência de tantos movimentos independentes, tão tímidos e acanhados, como os que disputaram ontem estas eleições.
De resto, alvíssaras, Sr. Presidente Marcelo!

Telmo R. Nunes
a 25 de janeiro de 2016

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