sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Pouca Terra

Possivelmente, a mesma ilha - grande e fechada - que se defendeu "de ser água por detrás dos muros das arribas", e "que durante muito tempo só se abriu para deixar sair gente", é-nos agora retratada e descrita como a "obra perfeita" do vulcão, como terra povoada por gente; cidade com gente lá dentro, com "lugares ermos e misteriosos", e onde se fala de amor... Lugar de silêncio e de luz, de festa e de sombra.
A obra, prefaciada pelo poeta da ilha do sol, Daniel Gonçalves, é muito mais do que um rol de textos e imagens. Aliás, quão redutor seria afirmar que este é um conjunto de fotografias legendadas pela subtileza de uma rica prosa poética, ou, do mesmo modo, um texto ilustrado por imagens capazes de nos reter os sentidos?
Não!
Pouca Terra é bem mais do que isso! É muito mais! Estamos perante uma declaração de amor à ilha, ao arquipélago; aqui foi perpetuada, em forma de texto e de imagem, a condição humana que, desta vez, se quis ilhoa!

Leonor Sampaio da Silva (textos), Carlos Carvalho (imagens), Pouca Terra, Companhia das Ilhas, 2019

terça-feira, 20 de agosto de 2019

O Carteiro de Pablo Neruda

Negociadas umas curtas tréguas com fraldas e biberões, e considerando o outono que, assim parece, arribou antes do calendário o ditar, consegui pegar num dos livros que, há tempo, sentia vontade de ler. Já há anos lhe relanceara os sentidos, mas sem lhe prestar a merecida atenção.
Terminada agora a leitura desta extraordinária novela, de Antonio Skármeta, era meu intuito encetar um comentário mais rigoroso sobre o texto, mas as tréguas que me permitiram a leitura da obra terminaram e chegou a hora do biberão das cinco!
Seja como for, leiam-na! A minha edição é a da fotografia e, segundo me dizem, nasceu da comemoração do cinquentenário da editora Dom Quixote!
De resto, um abraço a cada um!

Antonio Skármeta, O Carteiro de Pablo Neruda, Dom Quixote, 2015