terça-feira, 24 de janeiro de 2017

O rapaz do pijama às riscas, de John Boyne

                Um tema interessante.
                Uma perspectiva diferente, mais ingénua, infantil, até, das atrocidades cometidas pelos comandos Nazis, especialmente nos Campos de Concentração, onde foram dizimados milhares de judeus.
                Uma narrativa leve ao serviço de acontecimentos deveras pesados. Seja talvez esta a principal mazela de todo o texto, muito embora, outra característica que o torna num escrito frágil, será a própria narração pobre em detalhe. Embora o escrito seja destinado a um público mais jovem (7.º ano de escolaridade), creio que se pedia um pouco mais de profundidade e minúcia.
Outro aspecto que considero relevante, passa pela desmedida quantidade de repetições, seja de expressões, seja no campo lexical. O que uns considerarão estilo, eu apelidaria de monotonia.
                
É recomendado pelo Plano Nacional de Leitura Ler +  
                Honestamente, e exceptuando o final inesperado, não me cativou nem um pouco.

                Telmo R. Nunes
15/Agosto/10

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Revisitei a bela Macondo!


Revisitei a bela Macondo!

 Aproveitei estes dias de frenética intensidade laboral e, por necessidade cerebral, escapuli-me até esse fascinante povoado, perdido algures na América do Sul.
Como em qualquer outra viagem, e como qualquer outro turista, não deixei de reunir recordações que, mais tarde, me permitirão revisitar, ainda que no âmbito da memória, esse espaço e essas pessoas tão distintas, quão especiais.
A viagem decorreu num ápice. Foi daquelas que, uma vez começada, não mais queremos ver terminada. Desejamos que se alongue, que demore o mais possível, e qualquer pretexto serve para a prolongar por mais um dia apenas; assim foi o meu regresso às infernais temperaturas sul-americanas.
Antevira que a jornada fosse um êxito já que, quem me conduziria, já o havia feito antes por duas vezes e o resultado fora sempre excepcional: um verdadeiro gáudio à alma; um regozijo!
A realidade que reencontrei é substancialmente diferente da que me abraça quotidianamente, mas é também incrivelmente parecida e é, por essa razão também, muito deslumbrante. Um povoado pobre, paupérrimo, até, onde ainda se vê cinema a céu aberto, onde o roubo de umas simples bolas de bilhar consegue paralisar “toda uma gente”. Uma terra que pára, um povo que estagna apenas porque um estranho acaba de desembarcar do comboio que há anos não deixava ninguém por “aquelas bandas”. Um povo, auto-denomidado crente em Deus, mas que não frequenta a igreja dada a insanidade mental do pároco. Autoridades locais que usam e abusam do erário público para fins pessoais... Corrupção e pureza co-habitam pacificamente na pequena Macondo, terra onde todos os habitantes se conhecem e onde alguns até se identificam apenas pelo odor…
À minha visita deu-se o acaso de assistir ao funeral mais sui generis (!) que alguma vez irei, por certo, presenciar. Morrera a “Mamã Grande”, a soberana da localidade e “rainha da fantochada”! – Um espanto!
Adorei esta viagem! Aliás, gostei tanto que não posso deixar de a recomendar a todos que ainda não tiveram a fabulosa oportunidade de voar pelas páginas de «Os Funerais da Mamã Grande», uma recente descoberta do, cada vez mais interessante, espólio do mágico, Nobel da Literatura, Gárcia Márquez.
A todos boa viagem!




Telmo R. Nunes

06/Novembro/2009
(imagens retiradas a partir de www.google.pt)