terça-feira, 21 de junho de 2016

De novo o ProSucesso



A propósito da publicação do Despacho Normativo n.º22/2016 de 17 de Junho de 2016, onde a Secretaria Regional de Educação e Cultura dos Açores regulamenta o programa “Apoio mais – retenção zero”, e porque se considera, uma vez mais, que assim se estão “a preparar cidadãos do século XXI”, reitero o que escrevi em maio de 2015, aquando a discussão pública do Plano Integrado de Promoção do Sucesso Escolar - ProSucesso:


“(…) Enquadrado neste primeiro eixo, os autores partem da premissa de que “As dificuldades de aprendizagem conduzem (…) ao insucesso escolar, à retenção e ao consequente (…) desinteresse por parte dos alunos com desempenhos mais fracos, com o risco de posterior abandono escolar (…) ”, para se concluir que “a retenção per se não é uma estratégia efetiva de intervenção no sentido de melhorar os resultados (…) a retenção não aparenta beneficiar os alunos a nível académico”. Neste sentido, sugere o documento que a retenção seja utilizada apenas em casos extremos. Ao contrário do que se afirma, a retenção pode e deve funcionar como agente dissuasor de comportamentos de risco, como sejam a falta de estudo e/ou comportamentos desviantes dos ditos regulares. Um discente terá de ter sempre presente que, se não cumprir com as suas obrigações, correrá o risco de ficar retido. Não esqueçamos nunca que a função da escola não se esgota na mera transmissão de conteúdos; nela o aluno deverá encontrar mecanismos que possibilitem a sua formação enquanto cidadão cumpridor e responsável, integrado numa sociedade onde terá de assumir todas as consequências dos seus atos. Por conseguinte, refuto por completo o programa “apoio mais – retenção zero”, proposto pelo documento no rol de projetos específicos.(…)”

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