.::Imagem retirada a partir do Google::. |
“Banham-se,
depois ele lê, ela escuta, e finalmente fazem amor” – eis o ritual de Michael
Berg e Hanna Schimitz, um atípico casal alemão do final da década de 60. Ele,
um rapaz de tenra idade, adolescente apaixonado por uma mulher madura e
sexualmente bem mais experiente. Ela, mais velha, autoritária mas possuidora de
uma beleza física invejável. Eis o mote à obra de Bernhard Schlink,
recentemente adaptado ao cinema.
É
uma história de amor condenada à partida. Brota de uma natural casualidade e
prolonga-se no tempo obedecendo cabalmente a um conjunto de rituais em relação
aos quais se luta para que não se alterem. Tem o seu término com o abrupto
desaparecimento de Hanna. Só anos mais tarde e numa localização
espácio-temporal muito pouco provável se voltam a encontrar, reacendendo uma
chama há muito aligeirada, mas nunca extinta…
É
um livro essencialmente marcado pela sua história. De facto, o desenrolar do
enredo cria no leitor uma vontade imensa de continuar, faz emergir imagens e
conduz a imaginação a hipotéticos acontecimentos. É um relato cativante.
Outra
vertente que me agradou foi, sem dúvida, o relato de um período
histórico/político fascinante. A ocupação Nazi, a II Grande Guerra, os
dolorosos campos de concentração. Tudo ingredientes a uma reflexão intimista e
cruel sobre a legitimidade de uma geração, ou até mesmo de um povo.
É
realmente uma história extraordinária!
Contudo,
não partilho da opinião da crítica em geral que o classifica numa frase:
“brilhantemente pensado e escrito” - Parece-me demasiado... É certo que se
trata de relato pessoal e por demais marcado pela proximidade do autor ao
narrado, mas julgo que se impunha um pouco mais de aprumo lexical e um estilo
mais “elegante”… Tivessem esses cuidados, entre outros, e fariam deste um livro
de referência na Literatura Alemã.
Telmo
R. Nunes
30/Outubro/2009
Sem comentários:
Enviar um comentário