A propósito de
Nas Escadas do Império, da autoria do virtuoso poeta, ficcionista e artista
Vasco Pereira da Costa, escreveu Santos Barros:
«Não custa muito
admitir que as letras açorianas ganharam, neste ano de 1978, novo fôlego com a
edição em quantidade de livros a que não falta qualidade. Avultarão, por certo,
dessa dezena e meia de títulos, duas obras, de ficção, verdadeiramente
extraordinárias - previne-se que, uma vez por outra surgem obras merecedoras do
emprego de palavras cuja justeza não obriga a temer-se o desgaste do
lugar-comum. E porque são «verdadeiramente extraordinárias» as sublinho,
repetindo-as. Uma, é a colectânea de contos Nas Escadas do Império de Vasco
Pereira da Costa (...)».
Se além desta
nos referirmos também a outras obras posteriores, como Plantador de Palavras
Vendedor de Lérias, de 1984 ou Memória Breve, de 1987, parece-me muito
ajustado confirmar que a «mina» literária que este autor terceirense tem vindo
a escavar ao longo dos anos, se tem revelado muito profícua, tendo há muito
ultrapassado «o limiar das «promessas»», elevando-o ao lugar de relevo que hoje
deve ocupar, junto dos melhores contistas açorianos e nacionais.
Estamos a falar
de um conjunto de contos soberbo, digno de reedições atualizadas, sob pena de,
impunemente, silenciarmos uma voz que, além de nos encantar com o brilhantismo
da sua poesia, se destaca como um dos grandes contadores de histórias do nosso
tempo.
É uma pena o
incompreensível alheamento que se abate sobre ele e a sua obra.
Vasco Pereira da Costa, Nas Escadas do Império, Centelha, Coimbra, 1978
Sem comentários:
Enviar um comentário