quinta-feira, 22 de novembro de 2018

in Açoriano Oriental


Encontro Literário “Açores Arquipélago de Escritores”
Agora que se apagam as luzes e as cadeiras vagam, há que fazer um justo reconhecimento à realização do encontro literário, “Açores Arquipélago de Escritores”.
São Miguel e Ponta Delgada, em particular, já mereciam um acontecimento cultural desta natureza, desta qualidade e envergadura. As sessões foram de uma riqueza literária imensa: houve conversas interessantíssimas com pessoas igualmente interessantes e com as quais habitualmente só nos cruzamos nas páginas dos livros. Houve lançamentos de obras, cursos, apresentação de filmes, sessões direcionadas às escolas e às crianças, debates, mesas redondas onde fervilharam ideias estimulantes e, como não podia deixar de ser, as devidas homenagens àqueles que serão os maiores entre pares. A nossa cidade, mas também a nossa ilha e os Açores foram, de facto, um “porto de cruzamento de diferentes culturas e literaturas (…)”.
Gostei do que vi e do que ouvi; gostei dos que abrilhantaram os diversos palcos e nos enriqueceram com as suas ideias. Não foi necessário expender grande esforço para apreciar, com redobrada atenção, as intervenções de oradores como Onésimo Teotónio de Almeida, João de Melo, Daniel Gonçalves, Joel Neto, Emanuel Jorge Botelho, Gonçalo M. Tavares, Pedro Mexia, João Pedro Porto, entre outros.
Como se afirmou amiúde ao longo daqueles dias, inaugurar um encontro literário com esta pujança e sucesso, acarreta uma pressão imensa para os envolvidos na sua organização, já que a fasquia se encontra agora num patamar de excelência que, certamente, será mantida nos encontros que se hão de suceder.
Registei, com especial agrado, o empenho em descentralizar as várias sessões por diversos locais da cidade e da ilha, fazendo chegar o livro a um público mais vasto e, sobretudo, mais diversificado, mas sublinhei também, e com grande satisfação, a paridade de género entre os autores convidados. Enriquecer o programa do encontro com nomes como Renata Correia Botelho, Paula de Sousa Lima, Leonor Sampaio Silva, Mariana Magalhães e Cristina Quental (todas autoras que figuram no PRL), Isabel Rio Novo, Diana Marcum (vencedora de um Pulitzer), Clara Macedo Cabral, Lélia Nunes, Filipa Martins, Dulce Garcia, entre outras senhoras, foi uma verdadeira mais-valia que, certamente, em muito contribuiu para o sucesso do evento.
Da perspetiva da assistência, na qual me situo, este encontro literário foi um êxito estrondoso que em muito engrandece, primeiramente, a Literatura e depois Ponta Delgada, São Miguel e os Açores, em geral. Julgo que entramos agora na rota dos grandes acontecimentos literários que se realizam no nosso país e, aberta esta janela, haja discernimento por parte das entidades oficiais para perpetuá-la.
Por tudo isto e mais, e porque ninguém louva aquilo que não gosta, a todos os envolvidos, mas com especial destaque ao curador do encontro, o multifacetado Nuno Costa Santos, assim como aos parceiros que se uniram a este projeto, um reconhecido obrigado!
Para o ano, cá vos esperamos!
Telmo R. Nunes

21 de novembro de 2018

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