Revisitei
a bela Macondo!
Aproveitei estes dias de frenética intensidade
laboral e, por necessidade cerebral, escapuli-me até esse fascinante povoado, perdido
algures na América do Sul.
Como
em qualquer outra viagem, e como qualquer outro turista, não deixei de reunir recordações
que, mais tarde, me permitirão revisitar, ainda que no âmbito da memória, esse
espaço e essas pessoas tão distintas, quão especiais.
A
viagem decorreu num ápice. Foi daquelas que, uma vez começada, não mais
queremos ver terminada. Desejamos que se alongue, que demore o mais possível, e
qualquer pretexto serve para a prolongar por mais um dia apenas; assim foi o
meu regresso às infernais temperaturas sul-americanas.
Antevira
que a jornada fosse um êxito já que, quem me conduziria, já o havia feito antes
por duas vezes e o resultado fora sempre excepcional: um verdadeiro gáudio à
alma; um regozijo!
A
realidade que reencontrei é substancialmente diferente da que me abraça quotidianamente,
mas é também incrivelmente parecida e é, por essa razão também, muito
deslumbrante. Um povoado pobre, paupérrimo, até, onde ainda se vê cinema a céu
aberto, onde o roubo de umas simples bolas de bilhar consegue paralisar “toda
uma gente”. Uma terra que pára, um povo que estagna apenas porque um estranho
acaba de desembarcar do comboio que há anos não deixava ninguém por “aquelas
bandas”. Um povo, auto-denomidado crente em Deus, mas que não frequenta a
igreja dada a insanidade mental do pároco. Autoridades locais que usam e abusam
do erário público para fins pessoais... Corrupção e pureza co-habitam
pacificamente na pequena Macondo, terra onde todos os habitantes se conhecem e onde
alguns até se identificam apenas pelo odor…
À
minha visita deu-se o acaso de assistir ao funeral mais sui generis (!) que alguma vez irei, por certo, presenciar. Morrera
a “Mamã Grande”, a soberana da localidade e “rainha da fantochada”! – Um
espanto!
Adorei
esta viagem! Aliás, gostei tanto que não posso deixar de a recomendar a todos
que ainda não tiveram a fabulosa oportunidade de voar pelas páginas de «Os
Funerais da Mamã Grande», uma recente descoberta do, cada vez mais
interessante, espólio do mágico, Nobel da Literatura, Gárcia Márquez.
A
todos boa viagem!
Telmo
R. Nunes
06/Novembro/2009
(imagens retiradas a partir de www.google.pt)
(imagens retiradas a partir de www.google.pt)
Sem comentários:
Enviar um comentário