quinta-feira, 31 de outubro de 2013

A Toca




Em pouco mais de duas semanas li, reli e voltei a ler o conto A Toca de Franz Kafka. Três foram as vezes e a cada uma delas a angústia em mim aumentou de forma vertiginosa. Não sou capaz de assimilar a mensagem na sua íntegra… A cada leitura “nasce” uma interpretação ligeiramente diferente da que havia feito anteriormente, e isso incomoda-me de uma forma que me é completamente estranha, nova e que, devo dizer, não gosto!
Percepciono parte missiva: o formato metafórico homem – bicho; a tentativa de isolamento da humanidade cruel; a busca incessante da perfeição; a criação de um refúgio imperscrutável ao próximo; o desgaste físico e o desleixo/arrependimento advindos da idade, tudo isso concebo, mas creio que algo mais há…
Há um “ruído” no final da obra, um factor tormento ao narrador… Hum… Não consigo alcançar o seu conteúdo, não leio essas entrelinhas e sinto-me agastado!
Para além da sinopse oficial, encontrei alguma informação adicional à obra mas diminuta e de qualidade deveras questionável, o que mais me acrescenta uma certa revolta!
É do meu conhecimento que o Sr. K. pereceu antes de terminar o texto, mas há autores que ousam escrever que “a obra fala por si (…)”, fala? - Comigo murmura apenas!
Bem gostaria de a recomendar, mas assim…

fev. 2010

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